Iniciei o meu caminho naquilo que se apelida Espiritualidade (sempre senti que todos somos espirituais e não nos tornamos espirituais) com o Reiki Essencial. Na altura da minha iniciação nada sabia sobre o assunto e o que iria suceder. Um dia recebi um telefonema em que me foi dito: “Olha, tens mesmo de fazer isto, é muito, muito importante que faças, estás mesmo a precisar!“. Resposta óbvia da minha parte: “Hã?! Tenho de fazer?! Mas nem sei o que isso é! Se calhar é mais alguma coisa parecida com a “banha da cobra”. Não percebo de nada disso, nem sei o que isso é, para que me vou meter em algo em que não acredito?”. Sim, essa foi a minha primeira reacção. Tinha mudado recentemente de emprego e nunca tinha trabalhado em áreas que pudessem algum dia indicar que estaria destinada a isto.
Confesso que quando iniciei este caminho há mais de 10 anos tinha algum receio em falar sobre o assunto pois havia um certo véu de misticismo à volta e muitas vezes um certo grau desconfiança, como que os Reikianos se assemelhavam de alguma forma a bruxos. Obviamente nada disto corresponde à verdade, mas fez com que me retraísse de falar sobre algo que estava a ser tão importante para mim.
Após ter terminado todos os níveis convenci-me que era necessário ir mais além, enveredar pela formação de novas pessoas, algo que confesso, na altura não me atraía muito. Senti nessa altura que existia uma banalização em relação ao Reiki e acredito que hoje em dia está bastante mais acentuada pois até iniciações de Reiki online e à distância se fazem. Acreditava firmemente que algo que é tão precioso não deveria ser tratado desta forma despegada. O Reiki na sua essência é puro, é Amor, mas devido à competição gerada, as pessoas querem a todo o custo ser ou parecer ser algo que não são na verdade!
Penso que devíamos reflectir sobre isso, uma vez que como profissionais da área temos o dever de mudar algumas mentalidades, mas passará isso por banalizar algo que é tão precioso? Será que com o intuito de abrir as portas a todos aqueles que queiram, sem ter vocação para isso, não estaremos de alguma forma a destruir a essência do Reiki? Será que não deveríamos tentar perceber quais as intenções dos formandos antes de propor a alguém a formação de Mestre? Não estará o candidato a pensar unicamente nos dividendos que irá ganhar com isso? O Mestre tem a responsabilidade de avaliar os seus formandos e perceber se quer apenas mais um número ou mais alguém que realmente abrace e espalhe o Reiki.
Todos temos o direito de ser pagos pelo trabalho que fazemos e este ainda continua a ser um dos dogmas desta energia com muitos a achar que como a mesma é recebida do Universo, não devemos cobrar! Mas esquecem-se que não estamos a “cobrar a energia”, mas os ensinamentos, as formações, o empenho, o tempo (que é tão precioso) e muitas coisas mais. O foco deve ser “Eu faço este trabalho e com ele ganho dinheiro!” em vez de “Eu ganho dinheiro a fazer este trabalho!” A energia destas duas frases é completamente diferente e muda toda a dinâmica à volta do processo. Não consigo deixar de ficar admirada quando me deparo com pessoas que advogam o bem do Reiki, o que devemos e não devemos fazer, e afinal parece que advogar é bem mais fácil do que efectivamente levar a sério os princípios do Reiki e vejo que, na maioria das vezes, de Reikianas têm pouco, porque no fundo, quando a vida nos põe à prova, é difícil conseguirmos recordar aquilo que os princípios de Reiki nos dizem, pois afinal somos humanos!
Eu acredito que o Reiki é Amor Incondicional e no dia em que conseguimos amar todas as pessoas, aí sim, estaremos a praticar o Reiki na sua essência. Não é fácil conseguir fazê-lo, mas sei, por experiência, que não é impossível. Conseguimos transformar todas as situações negativas, em situações boas. Se fizermos um esforço conseguimos ver para além do nosso umbigo. Devemos efectivamente olhar bem para nós, pois como alguém muito sábio um dia escreveu “Abençoados os egocêntricos…!” Apesar de puder parecer uma contradição, na realidade não é. Porquê? Porque só depois de nos amarmos na nossa essência, só aí, estaremos preparados para amar o próximo.
Isto é a Essência do Reiki – Amor Incondicional!
Mas o que é um(a) Reikiano(a)? Nada mais, nada menos que…todos nós! Quando nascemos, trazemos esse dom, mas com o decorrer do tempo perdemo-lo, porque não fica bem dizer que temos amigos imaginários, a sociedade vai-nos rotular! Pensem, quando eram miúdos, quando por azar entalavam um dedo numa gaveta, o que faziam logo de seguida? Levar o dedo à boca, ou então, apertá-lo com a outra mão, certo? Isso é Reiki! Não deixa de doer passado algum tempo? Deixa! O Reiki é a energia que flui através de nós para os outros através das nossas mãos.
O Reiki abriu-me muitas portas, abriu-me a mente e ensinou-me a ser mais tolerante comigo e com os outros, não é à toa que o 1º nível deve ser usado e, permitam-me dizer, abusado em nós, devemos estar conscientes de nós mesmos, para depois podermos estar atentos ao que nos rodeia. Não quero com isto dizer que o Reiki é algo banal, porque não é! É algo que, de uma forma ou de outra, nos modifica profundamente. Se me tivessem dito há uns anos atrás, que estaria aqui a escrever isto, eu não iria acreditar. Porquê? Porque tinha perdido a confiança em mim, nunca era boa em nada, e querem saber porquê? Porque dava demasiados ouvidos ao que as pessoas tinham para dizer de mim, deixei de me ouvir e…perdi-me. Mas com o Reiki Essencial e a ajuda, a orientação, o amor que recebi, levaram-me mais longe e levaram-me mais tarde a escolher uma vertente tão ou mais interessante da energia e a ser a primeira Professora Mestre de Reiki Angélico em Portugal e actuar como Embaixadora do Reiki Angélico no nosso país. Ao longo dos últimos anos foram-me abertos caminhos que se iniciaram com o Reiki Essencial, uma base poderosa que, se bem ensinada de forma profissional competente e séria, pode ser o catalizador da mudança que muitos de nós necessitam.